terça-feira, 11 de novembro de 2014

O IRMÃO QUE SE FOI

Ontem descansou meu irmão Eletiel Bezerra da Câmara, talvez o maior repórter policial deste Estado. Mas dito por um irmão não soa bem. Inúmeros meios de comunicação atestaram o que digo aqui. Em seu velório em Natal muitas afirmações do seu profissionalismo. 

Umas das mais interessantes afirmações me foi dita por um delegado da Polícia Civil. Segundo ele Pepe, como era conhecido no meio, "sempre chegava antes de nós na cena do crime". 

Abaixo um das inúmeras reportagens feitas sobre ele por diversos meios de comunicação. Essa foi feita pelo Portal BO

"O jornalismo potiguar perdeu, nesta segunda-feira (10), uma das referências na crônica policial. O jornalista Pepe dos Santos morreu aos 72 anos. Eletiel Bezerra da Câmara, nome de batismo, trabalhou como repórter policial nas décadas de 70, 80 e 90, sendo o mais temido daquela época, entre os criminosos, polícia e os próprios colegas de trabalho. 

Eu, infelizmente, não alcancei o tempo de Pepe como repórter e, por isso, não pude aprender de perto com ele, mas, desde que comecei a trabalhar na área policial ouço falar das suas histórias e da forma como fazia jornalismo, mais precisamente na editoria de polícia. 

Uma das pessoas que sempre me falava sobre Pepe era o jornalista Washington Rodrigues, que foi repórter policial da Tribuna do Norte, de 1991 a 2002, e do Diário de Natal, de 2002 a 2009. Veja abaixo o que Washington me relatou. 

“Pepe foi o repórter policial mais impactante dos jornais de Natal. Antes das TVs, quando o jornalismo era pautado principalmente pela rádio e pelos jornais, ele era o repórter que sempre dava as notícias na frente de todo mundo. Diziam que ele tinha pressentimentos. 

E eu acredito que tinha. Eu, como era repórter policial da Tribuna do Norte, concorrente direto dele, antes de ir para casa após sair da redação da TN subia a ladeira do Diário e perguntava na portaria se Pepe já tinha ido embora. Se ele já tivesse ido para casa, eu sabia que o Diário estava fechado e eu podia dormir tranquilo. Se ele não tivesse ido embora, eu voltava para a o ITEP para dar uma última averiguada e ver se não tinha ocorrido algum assassinato recente, para não levar um furo no dia seguinte e perder meu emprego. Por causa dele, dos muitos furos que ele dava, fui muitas vezes chamado de ‘Tábua de Pirulitos’. Morreu um ícone do jornalismo policial. Talvez o maior de todos". 

Nós que fazemos o Portal BO lamentamos a morte de Pepe dos Santos, por entender que fazer jornalismo policial não é fácil nos dias de hoje e muito mais difícil deveria ser na época em Pepe fez história. Por esse motivo, merece o respeito de todos que fazem jornalismo. Que o mestre descanse em paz!"

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